Quinta, 21 de Agosto de 2025

Diagnóstico Tardio de Câncer de Colo do Útero Aumenta Custos no SUS: Impacto e Prevenção

Estudo revela que o diagnóstico tardio eleva os custos para o SUS e impacta a sobrevida das pacientes. A vacinação contra o HPV e o rastreamento são cruciais.

19/08/2025 às 11:36
Por: Redação

Um estudo recente sobre câncer de colo de útero aponta que o diagnóstico tardio da doença eleva significativamente os custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Além de reduzir a sobrevida das pacientes, a descoberta do câncer em estágios avançados exige mais internações e procedimentos médicos.

A pesquisa, realizada pela MSD Brasil, destaca a importância da imunização contra o HPV, principal forma de prevenção do câncer de colo de útero. A vacina quadrivalente, disponível gratuitamente no SUS, protege contra os tipos do vírus mais associados ao câncer e é indicada para adolescentes de 9 a 14 anos.

Impacto do Diagnóstico Tardio

O estudo analisou dados de 206.861 mulheres com mais de 18 anos, diagnosticadas com a doença entre 2014 e 2021, utilizando o DataSUS. Os resultados mostram que a necessidade de quimioterapia, a frequência de internações e as visitas ambulatoriais aumentam conforme o estágio do câncer no momento do diagnóstico.

Estágio do câncer no momento do diagnóstico Necessidade de quimioterapia Internações por mês Visitas ambulatoriais por mês
1 47,1% 0,05 0,54
2 77% 0,07 0,63
3 82,5% 0,09 0,75
4 85% 0,11 0,96

O estudo também aponta para disparidades sociais e econômicas, com até 80% das mortes ocorrendo em países de baixa e média renda, como o Brasil. A maioria dos diagnósticos no Brasil abrange mulheres não brancas, com baixa escolaridade e dependentes do SUS.

“Este estudo destaca o alto ônus econômico para o setor de saúde pública, especialmente considerando os atrasos no diagnóstico. Portanto, reforça a necessidade urgente de direcionar mais esforços para a prevenção e o rastreamento”, ressalta o estudo.

Impacto da Pandemia

O levantamento também revela o impacto negativo da pandemia de Covid-19 no tratamento do câncer de colo do útero no SUS. Houve redução nos procedimentos de radioterapia e aumento na quimioterapia isolada, indicando lacunas no tratamento devido ao colapso hospitalar.

Prevenção é Fundamental

Os pesquisadores enfatizam que cerca de 99% dos casos de câncer de colo de útero estão ligados a infecções persistentes pelo HPV. A prevenção envolve vacinação contra o vírus, exames de rotina para rastreamento e tratamento de lesões pré-cancerígenas.

A vacina quadrivalente está disponível na rede pública para meninos e meninas de 9 a 14 anos, e para pessoas de 9 a 45 anos em condições específicas. A vacina nonavalente está disponível na rede privada para pessoas entre 9 e 45 anos.

“O ônus econômico e social do câncer de colo de útero no Brasil é significativo. Este estudo reitera o apelo urgente por políticas públicas assertivas para mitigar as disparidades, ampliando a cobertura da imunização anti-HPV e do rastreamento”, conclui o estudo.